segunda-feira, 25 de abril de 2011

SOBRE COMPORTAMENTO




        A música Serra do Luar, de Walter Franco, é muito feliz quando afirma que “viver é afinar um instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro”. Leila Pinheiro com sua voz magistralmente afinada transformou a letra de Walter Franco, de quem é também a música, num hino à canção popular brasileira. Adoraria discorrer hoje sobre música, sobre poesia. Mas como educador estou muito preocupado com o comportamento dos alunos brasileiros, sobremaneira daqueles pertencentes à escola pública.
               Não preciso assistir ao programa do jornalista Caco Barcelos para falar a respeito de como anda o comportamento dos alunos Brasil a fora. Ano passado, outubro se não me engano, um menino de dezesseis anos disse que iria me matar. Disse isso após um entrevero que poderia perfeitamente ser evitado. A polícia passou uns três dias dentro da escola, e eu achei tudo uma grande palhaçada. Se o garoto quisesse me tirar a vida, tê-lo-ia feito a qualquer hora. Não estou afirmando que não é verdade, pois ouvi isso de sua própria boca. Mas o que fazer?  
               No dia em que ocorreu esse incidente, estava justamente pensando no fato de alguns garotos e garotas não frequentarem a escola conforme devem, regularmente e engajadamente. Alguns deles e algumas delas passam até vinte dias, e outros até mais, sem aparecerem na escola. Esta, por meio de seus gestores, não procura saber o que está acontecendo, por que eles e elas faltam tanto. Estes e estas quando aparecem na escola, com certeza, não o fazem com o intuito de estudar. Alguém discorda? Ele e/ou ela aparecem na escola porque naquele dia erraram o caminho só Deus sabe de onde. Consequentemente ficam na sala boiando e azucrinando a vida dos colegas e professores. Eu ia exatamente encaminhar o garoto ameaçador para conversar com a diretora e pedir que o pai do mesmo viesse à escola, para saber o que estava se passando com o menino, quando ele se insurgiu, tentou me agredir. Nisso apareceu o vigilante que o segurou e o levou à diretoria. Penso que se a Escola Pública (e aqui estão todas as escolas públicas do país, cuja disciplina ficou nos anais de sua história remota) tivesse um pouco mais de ações preventivas, esses incidentes nunca aconteceriam. As escolas não podem ser depósitos de  crianças. Essas pessoas que estão na idade escolar precisam ir à escola sabendo que há um propósito para elas, os pais precisam dizer isso em casa, precisam amar seus filhos, mesmo que eles tenham vindo ao mundo de forma indesejada (mas isso é assunto para outra  postagem), a Escola precisa construir, juntamente com seus quadros, seu conjunto de regras sobre o que os alunos e alunas podem ou que não fazer! Alguém certa vez me disse: “Professor, isso se chama Regimento Escolar, e a escola já tem o seu.” Que se dane o nome, de que adianta um nome tão pomposo se não serve pra nada!? Melhor não tê-lo!
               O leitor deve está perguntando: “E a Serra do Luar, e a Leila Pinheiro, onde é que entram na história?” Eu respondo: “Não entram, iam entrar.” Eu iria escreve sobre a vida, sobre o instrumento, sobre melodia, sobre dança, sobre pássaros. Mas fica para depois.
                                 Professor Alves

terça-feira, 12 de abril de 2011

NÃO FAÇO PARTE

     
      Suponhamos que este blog tenha pelo menos um leitor. É claro que ele esteja sentindo minha ausência. é exatamente por esse único imaginário leitor que venho me postar aqui ao computador para postar aí no blog. Nem que seja para dar satisfação aquele infeliz, que por não ter o que fazer, de vez em quando procura notícias da nossa escola. Pois bem, estou ausente das postagens porque estou ausente da escola. Tenho uma hérnia de disco, com a qual venho lutando há três anos, desde 2008. Como tive uma crise, o médico pediu para que me afastasse da escola para tratar desse mal, com fisioterapia, agora pediu hidroterapia. Espero em breve retornar as atividades normais.
           Para não deixar meu amigo leitor imaginário sem um texto, posto aqui algo interessante que aconteceu na escola em evidência. Nossa diretora resolveu criar uma camisa com os dizeres "EU FAÇO PARTE". Entregou  a cada funcionário um exemplar, que alguns usam à guisa de fardamento. Alguns até compraram um outro exemplar para não danificar suas roupas. Eu também passei a usar a blusa pelo menos duas vezes por semana. Até que descobri que não faço parte. Foi quando no começo deste ano me entregaram o horário todo feito, sem me consultar. Incluindo as turmas. Antes eu trabalhava com ensino fundamental. Puseram-me para dar aulas no Ensino Médio. Nenhum problema com os níveis. O problema está com a falta de comunicação. Custava fazer uma pequena formalidade para ame questionar sobre essas possíveis mudanças? Afinal era minha rotina que iria mudar drasticamente.
         Deixei então de usar o uniforme porque constatei: eu não "FAÇO PARTE"!